Por conta da fama que os felinos têm de serem bichos higiênicos e autossuficientes quando se trata de banho, muitos tutores têm dúvidas se é necessário ou não dar banho nos gatos.
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Segundo o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, médico-veterinário Frederico Fontanelli Vaz, a prática pode ser recomendada em alguns casos, mas é desnecessária na maioria das vezes.
“Os gatos são animais que conseguem se manter bastante asseados, até pela questão de instinto. O hábito de se lamberem constantemente é um recurso para manterem seu cheiro natural, evitando que outros possíveis animais o ataquem”, explica. Além de ficarem muito estressados com o contato com a água, o banho remove os feromônios que eles possuem na pele.
Animais de pelo curto são autossuficientes para se limpar. Para os persas, por exemplo, a melhor alternativa seria a tosa, associada a constante escovação dos pelos por parte do tutor, pelo menos três vezes por semana.
A seguir o especialista lista prós e contras do banho para os gatos, e dá dicas para que o momento da higiene não seja traumatizante.
QUANDO DAR BANHO?
O banho é recomendado apenas em situações em que os gatos não consigam se limpar sozinhos, como por exemplo os animais que costumam sair para passear na rua e possam acabar se sujando com substâncias que não conseguem tirar do próprio pelo com lambidas.
No geral, o tutor até pode dar banho no seu gatinho, mas em média apenas a cada seis meses. Acontece que o gato produz um feromônio, que é responsável pela sensação de bem-estar no animal e ligado a sua própria identidade. A água retira o feromônio, e é por isso que muitos gatos se lambem desesperadamente depois do banho, tentando recuperar o que foi perdido.
Uma exceção são os gatos da raça Sphynx, originária do Canadá. Esses bichos geralmente não conseguem retirar a sujeira do próprio corpo, porque ela se mistura com a maior quantidade de oleosidade que a pele deles produz.
COMO DAR BANHO NO GATO?
Se o tutor faz questão de dar banho no bicho, deve seguir as dicas abaixo:
– Para acostumar o gatinho com o banho, está liberado fazer a higiene após os dois meses de vida, e fazer a manutenção a cada dois meses para que ele se acostume com o procedimento. Posteriormente, um intervalo de seis meses passa a ser suficiente.
– Antes do banho, brinque com o gato, para que ele fique relaxado antes do momento de encarar a água.
– Prepare tudo que for preciso para o banho, para não correr o risco de ir buscar a toalha no meio do procedimento e deixar o gato estressado.
– Antes do banho, escove o pelo do animal para retirar o excesso de pelos.
– Prefira usar shampoos e condicionadores especiais para gato, e os que não possuam cheiro.
– Comece a despejar a água de cima para baixo, começando pelas patas. A cabeça deve ser a última parte do corpo do animal a ser molhada, e de preferência com um pano úmido.
– Prefira dar banho em dias quentes e seque bem o gato, com toalha, secador (se não estressar o bicho), ou o deixe tomar um pouco de sol.
– Ao finalizar o banho, se for necessário, escove novamente o animal.
– Jamais molhe as orelhas do gato, a umidade pode predispor a proliferação de fungos e bactérias, adoecendo o animal.
– No dia anterior, se puder, apare as unhas do animal, para evitar acidentes.
“Em casos de gatos com pelos muito longos, a recomendação é para que seja feita a tosa do bichinho. Neste caso, o tutor deve tomar cuidado para que o animal esteja confortável na ida e volta do veterinário e durante o procedimento, conhecendo antes o trabalho do petshop ou da clínica. Mudanças de ambientes fazem os gatos ficarem estressados”, finaliza o professor.